O dia 15 de outubro passou e o Blog do CAIC cometeu a desfaçatez de não registrar nenhuma linha sequer sobre a passagem deste dia. Permitam-me, então, fazer algo que não é a regra neste blog. Sempre que se publica qualquer texto neste site, isso é feito da forma mais imparcial possível, sem grande envolvimento entre o blog e o seu editor. Contudo, se toda regra tem sua exceção, permito-me escrever esse texto da forma mais parcial possível e me envolvendo diretamente com o que vai escrito abaixo.
Primeiro, peço perdão a todas as professoras e professores do Centro de Atenção Integral à Criança – Jorge Amado por não ter registrado em tempo hábil, aqui no Blog, a passagem de uma data tão importante. Como todos sabem, eu estive afastado de minhas atividades durante alguns dias e só voltei depois do Dia do Professor. Por isso, não consegui fazer o registro.
Em segundo lugar, permitam-me dizer que vocês, professores e professoras, me perseguem mesmo quando eu estou longe: eu estava em viagem, mas com o pensamento em cada uma de vocês aqui. (Com licença aos professores para tratar-lhes no feminino, já que, machismos a parte, 95% de nosso quadro é composto por mulheres). Pois bem: ainda que estive afastado, meu pensamento estava no CAIC, e também todo o meu apreço, meu carinho, minha vontade de que o dia 15 de outubro tivesse sido realmente muito especial.
Nesse exato momento, enquanto digito essas palavras, no meu computador, ouço de cá as gargalhadas de Graça Viana, Paula Cátia e Adriana (acho que são elas, não tenho certeza). Isso é sentir na alma a importância do Dia do Professor e ter a certeza de que vocês são as verdadeiras ‘milagreiras’ da escola. E fazem isso como se fosse a coisa mais simples do mundo. E com felicidade.
Penso no pessoal da Creche, da Pré-Escola, de todos os ciclos. Entro nas salas de aula e vejo cada turma, cada aluno. Cada sala tem alunos com idades específicas. E ter a medida exata sobre como falar, o que falar e quando falar, para cada aluno, em cada turma, não é fácil. Quem é professor, é pai, é mãe, é psicólogo, é médico, é segurança. O professor assume o papel de mediador-mor da sociedade, aquela figura que dá o tom sobre tudo de importante que acontece.
Na sala de aula, o professor comenta as notícias importantes do bairro, da cidade, do estado, do país e do mundo. Por isso mesmo a responsabilidade do professor é infinita e incalculável.
Em se tratando de CAIC, então, essa responsabilidade é ainda maior porque a escola é grande, e saber exatamente o que ocorre com cada aluno fica ainda mais difícil. Mais do que isso, a escola é aberta, serve de atalho para moradores que querem sair do Sarinha e irem para o Jardim Primavera e vice-versa. Quem passa pela escola são pessoas conhecidas e desconhecidas. E os cuidados que precisam ser tomados com os estudantes, para que não se envolvam com pessoas estranhas, é ainda maior.
É sob esse prisma que eu vejo, por exemplo, as coordenadoras abordarem com carinho um aluno que está no corredor, indaga sobre o por quê o mesmo não está na sala, e o encaminha para lá.
É sob esse prisma que eu vejo a preocupação dos professores em todos os dias prepararem material impresso para os seus alunos. As vezes, eu acho até chato, pois não é fácil dar conta de tanta impressão. Mas, no final, quando aquele material fica pronto e o professor dá aquele sorriso e diz “Obrigado!”. É algo simples, mas que toca o coração.
É sob esse prisma que eu vejo muitos dos professores chingarem, retrucarem, quando lhes é exigido o mínimo de conhecimento de Informática. “Tem que fazer relatório, registrar tudo no IRIS, não pode perder prazo, não esquecer de agendar data-show, reservar auditório…”. É um corre-corre, essa vida de professor.
Mas, todos os dias, faça chuva ou faça sol, lá estão, prontos para darem “bom dia”, “boa tarde” ou “boa noite” como se tudo começasse exatamente ali, quando adentram a escola, esquecendo-se que, muitas vezes, o professor trabalhou muito em casa, já deu muitas aulas antes daquela que está acontecendo no momento, tem seus problemas e suas preocupações, as vezes são intensamente cobrados de todas as maneiras pela equipe gestora e persistem, acreditam, continuam.
Por isso tudo e mais um pouco, dizer que 15 de outubro é Dia do Professor é até injusto. O verdadeiro Dia do Professor é segunda, terça, quarta, quinta, sexta, sábado, domingo…
Contudo, mesmo sabendo que todo dia é Dia do Professor, registrar o quanto vocês são importantes é mais do que obrigação. É o jeito mais tranquilo e mais carinhoso de dizer que, se os estudantes são a razão maior da existência do CAIC, vocês são a mola propulsora dessa premissa, são a alma da escola. Daqui há alguns anos, os nossos estudantes estarão por aí, reproduzindo de alguma forma particularidades das personalidades de cada um de vocês. Isso é mais que um retrato. Isso é um registro que se faz na identidade dos estudantes. E talvez seja essa a maior gratificação que um professor possa receber.
Para finalizar, quero deixar o meu pedido pessoal de que não desistam nunca, vocês não são só importantes. Vocês são universais. Basta dizer que vocês são aqueles, aquelas que passam pela vida de todos os profissionais. Todas as profissões passam pelo professor, em qualquer nível.
Portanto, PARABÉNS e FELIZ DIA DO PROFESSOR (atrasado!).
Eric Thadeu Nascimento Souza, editor do Blog do CAIC.
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