No dia 29 de abril de 2009 (quarta-feira), a coordenadora administrativa da Creche do CAIC, professora Rosângela Ferreira Marinho dos Santos e a coordenadora pedagógica, professora Cleide Aparecida Alves da Silva Bomfim, realizaram, com a presença do diretor-geral da escola, o professor Carlos Alves Marques, a primeira Reunião de Pais e Mestres da Creche, neste ano de 2009.
A reunião foi realizada a partir das 18h30, no auditório da escola. Dividida em quatro momentos distintos, foram feitos esclarecimentos gerais sobre a realidade das crianças, sobre o trabalho da creche e sobre a rotina escolar.
Abaixo, alguns pontos importantes que foram discutidos:
Momento 1: Abertura da reunião (boas-vindas aos pais)
A reunião foi iniciada com a fala da professora Rosângela Marinho, que especificou ser aquele o primeiro encontro oficial entre Coordenação da Creche e os pais dos alunos. A professora Rosângela desejou as boas-vindas a todos e passou a palavra para o convidado Edson Braz Nascimento, Coordenador do CREAS - Centro de Referência Especializado de Assistência Social, que aproveitou a presença dos pais para proferir uma palestra sobre Exploração, Violência e Abuso Sexual de crianças e adolescentes.
Momento 2: Abuso Sexual e Exploração Sexual são crimes previstos em lei
Edson Braz, coordenador do CREAS, Centro de Referência Especializado de Assistência Social, fez uma intervenção junto aos pais para esclarecê-los sobre o que é Abuso Sexual e Exploração Sexual de menores. Segundo ele, apesar de não parecer, esse é um tipo de violência que ocorre com frequência em Itabuna e é necessário que toda sociedade reúna forças para combatê-la. As situações demonstradas apontam que há uma linha tênue entre o carinho familiar (o que é extremamente natural) e o abuso sexual. Como a criança não consegue defender-se, é necessário que os pais e a família estejam atentos.
Edson Braz destacou que a mudança de comportamento da criança pode ser o principal indício de que ela pode estar sendo vítima de violência sexual. Crianças geralmente gostam muito de conversar, brincar, manipular brinquedos, principalmente quando estão em casa, ambiente onde naturalmente elas se sentem mais a vontade. Se, de repente, a criança fica recanteada, mais silenciosa e não se sente estimulada a brincar, pode ser que ela esteja sofrendo abusos. A família tem o dever de protegê-la e a sociedade tem a obrigação de combater esse tipo de crime.
Momento 3: Esclarecimentos do diretor
No terceiro momento, o professor Carlos Alves Marques, diretor do CAIC, fez esclarecimentos importantes sobre duas questões: a distribuição do leite e o novo fardamento da escola.
A distribuição do leite
Sobre a distribuição do leite, ele explicou que até há algum tempo atrás, o Programa de Incentivo ao Consumo de Leite e Derivados, do Governo Federal, contemplava, no CAIC, cerca de 400 crianças. Esse número foi reduzido para 266.
Segundo o diretor, isso aconteceu por conta dos novos critérios de distribuição. Ele explica que, a partir desse mês de maio, só poderão receber o leite as crianças com idade fixada entre 2 e 6 anos, matriculadas na escola até o dia 20 de março de 2009 e que possuem NIS (Número de Identificação Social). Se a criança não estiver enquadrada nas três situações, ela perde o direito ao leite.
O novo uniforme
Sobre o novo uniforme, o professor Carlos Marques explicou que decidiu-se pela confecção do novo uniforme por vários motivos. 1) Porque muitos pais já vinham questionando se o CAIC não teria o novo uniforme a partir de 2009; 2) Porque houve um acordo entre a escola e o fabricante que prevê que, a cada 10 peças vendidas, o fabricante doará uma para um aluno que não tenha condição de pagar pelo fardamento; 3) Porque é uma forma de identificar os alunos da casa.
Contudo, o professor Carlos explicou que estava havendo uma certa confusão sobre a obrigatoriedade do novo uniforme. Independende de ser o novo ou o velho fardamento, o uso da farda só é obrigatório para os alunos que estudam no Prédio Principal (a partir do CIN - Ciclo da Infância). Para as crianças da creche, a farda não é obrigatória. Professor Carlos disse também que esse procedimento (a obrigatoriedade do fardamento para os alunos do Prédio Principal) se faz necessário justamente para que a escola possa identificar os seus alunos e garanta as condições mínimas de segurança. E salienta que houve um período para que os pais dos alunos pudessem adquirir o uniforme (iniciado desde o início de abril).
O professor Carlos Marques esclarece também que a nova regra não foi criada para desestimular a permanência do aluno dentro da escola. Na impossibilidade de a criança vir com a farda, os alunos ou os responsáveis pelos mesmos devem procurar a direção para conversar.
Momento 4: Desabafo e Emoção
No quarto momento, a professora Cleide Bomfim emocionou aos pais presentes quando desabafou sobre algumas situações desencadeadas por parte de alguns pais para com os funcionários da creche.
Ela explicou que alguns procedimentos da creche são considerados "padrão" e que alguns pais precisam ser mais compreensivos em relação a isso. Por exemplo: ela destaca que, enquanto zeladora pelo bem-estar dos alunos, ela não pode autorizar que as crianças sejam retiradas da creche por alguém que não seja o verdadeiro responsável. Ela conta que alguns pais chegam ao ponto de todos os dias enviarem uma pessoa diferente (desconhecida da escola) para retirar a criança da creche. E que, até por uma questão de segurança, todas as vezes em que isso acontecer, a saída da criança não vai ser autorizada.
Outra situação inóspita narrada pela professora Cleide se refere a falta de atenção de alguns pais para com a saúde dos seus filhos. Ela explica que a creche não tem a menor condição de "cuidar" das crianças com sintomas de saúde instável. Segundo ela, apesar de todos os cuidados e toda preocupação, nenhum profissional da creche pode assegurar a saúde dos pequeninos, mesmo porque nenhuma professora e nenhuma monitora possuem conhecimentos na área de enfermagem ou medicina. Professora Cleide diz que é cada vez mais comum que pais e mães enviem seus filhos para a creche com febre, com ânsia de vômito, com diarréia e que, ao fazê-lo, em vez de ajudar, estão contribuindo para que a saúde da criança piore ainda mais, já que a criança perde na creche um tempo em que elas já poderiam estar se recuperando se estivesse num hospital ou num posto de saúde.
As mesmas observações se repetem quando se trata dos cuidados de alguns pais para com a higiene de suas crianças. Problemas como pediculose (crianças com piolho), devem ser observados com mais atenção. A professora Cleide esclarece que não é vergonha para nenhum pai admitir que o seu filho passa por isso. É uma coisa natural e que acontece com todas as crianças. Contudo, é importante que cada um faça a sua parte e, em parceria com a creche, cuidem para que a situação não chegue a níveis graves. Outro esclarecimento que professora Cleide fez referiu-se também ao cuidado dos pais para com as roupas das crianças. Ela explica que algumas crianças chegam a usar a mesma roupa por dois, três dias seguidos, e que isso coloca a saúde da criança em risco.
Contudo, o maior problema relatado pela professora Cleide é que, as vezes, quando tenta explicar para alguns pais sobre esses cuidados ou sobre os procedimentos padrões da creche, os pais, além de não compreenderem, ainda agridem verbalmente os funcionários.
Daí, veio o desabafo da professora em pedir que respeitem os funcionários, o ambiente de trabalho e a dedicação de todos os que estão na creche. Sintonizados com a fala da professora, os pais presentes não só apoiaram como também a aplaudiram.
Ao final da reunião, a professora Cleide agradeceu a presença de todos e a encerrou com a apresentação de um slide-show com fotos das crianças na creche.
Abaixo, alguns momentos da reunião:


