Tráfico de drogas, formação de gangues e até assassinatos. Tudo isso dentro das escolas. Por causa disso, colégios de todo o país tomam decisões extremas para tentar reduzir o alto índice de violência.
Duas adolescentes caídas no chão brigam de socos. Os colegas assistem e apenas um rapaz tenta separar as duas. A cena foi em frente a uma escola pública e foi gravada por um aluno no celular.
Em outra escola, uma menina de nove anos ficou com arranhões no rosto. Apanhou de uma coleguinha. “Estou pasma. Pasma. Me ligaram em casa dizendo que a minha filha tinha sido agredida na escola”, conta Silmara Kemos dos Santos, dona de casa.
Gangues, rixas, tráfico, alunos armados, agressão e até assassinatos acontecem dentro do ambiente escolar. O que fazer para acabar com a insegurança nos colégios? Pelo Brasil existem diferentes projetos. Alguns polêmicos.
No Amazonas, nada de privacidade. Câmeras instaladas nas escolas de Manaus vigiam os alunos.
Em Mato Grosso do Sul alunos violentos cumprem medidas disciplinares. O rapaz matou aula e discutiu com o professor vai ficar dez dias limpando o jardim. Outro jovem bateu num colega na aula: vai capinar o pátio. Todo castigo é aplicado com autorização dos pais.
“Além da simples advertência caso ele se exceda e não coopere, ele pode responder na escola ou se os pais não concordarem, aí vem para a promotoria, aí ele se torna um infrator”, explica Sérgio Harfouche, promotor de Justiça.
Na Bahia, em Itabuna, muros altos e grades protegem os alunos das ameaças externas. “As pessoas lá fora começaram a usar droga os alunos aqui dentro compravam”, conta um estudante.
A mudança veio com a união de 70 parceiros com o Ministério Público e a polícia. Eles fazem visitas e em caso de indisciplina ou violência buscam juntos uma solução. “O Ministério Público não vai sozinho, não é a polícia quem vai sozinha, são várias instituições da comunidade que dão apoio à escola”, conta Clodoaldo Anunciação, promotor de Justiça.
“Nós conseguimos reduzir a violência na escola”, garante o diretor.
Em Vila Velha, no Espírito Santo, as câmeras de segurança flagraram essa briga na quadra. Um aluno ameaça o colega com um canivete. Ninguém se feriu. A violência escolar levou a criação de um botão do pânico, instalados em 50 escolas. Em qualquer situação de perigo é só apertar o botão e acionar a central de vigilância. Imediatamente a polícia é chamada. No Paraná, a hora do recreio era um perigo nesta escola no município de Toledo. “Tinha briga no recreio. Dentro da sala a gente fica mais seguro”, acredita uma aluna.
Para acabar com as brigas e até o tráfico na escola, uma medida extrema. Há quatro anos os alunos estão sem recreio. No intervalo ficam em sala de aula. “Pelo menos vamos ter uns 75%, 80% de melhora, porque a gente consegue manter esta situação de tranqüilidade”, acredita Shirlei Bracht, professora.
“Isso está revelando pra nós educadores principalmente que tem alguma coisa errada aí, a escola perdeu a sua autoridade e está se tentando resolver isso de outra forma. A escola não pode ser só punitiva. Ela tem que ser agradável também. É uma reflexão da escola, da educação, e uma reflexão para a família também”, acredita Ângela Costa, doutora em Educação.
Direto do site do “Jornal Hoje” (Rede Globo de Televisão), em 18/05/2010. Para assistir a reportagem em vídeo, clique aqui.
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