Meu nome é Eric Thadeu Nascimento Souza, trabalho no Centro de Atenção Integral à Criança – Jorge Amado desde 2008. Sou estudante do curso de Comunicação Social (Rádio & TV), oferecido pela UESC – Universidade Estadual de Santa Cruz (Ilhéus / BA). Motivado pelos conhecimentos adquiridos no meu curso de Comunicação Social, criei, em 2009, o Blog do CAIC Jorge Amado e me esforço para fazer dele um site que reproduza a realidade da escola onde eu trabalho.
Essa missão sempre conduzi de forma categórica, compromissada, responsável, imparcial e impessoal.
Mas, depois de algum tempo, percebo que o Blog do CAIC Jorge Amado está mais dentro de mim do que o que eu gostaria e é impossível escrevê-lo, digitá-lo, diagramá-lo e não pensar que isso tem um autor, impossível agir como se o blog não tivesse uma assinatura. E mais do que isso: impossível deixar passar desapercebido que esse autor sou eu, numa tentativa desenfreada de dar voz à tudo o que os professores e estudantes da escola realizam. E, no meu empenho, busco no blog uma característica única: o de ser um blog institucional, desenvolvido para registrar as realizações do CAIC, como eu já disse antes.
Contudo, conferir ao blog a característica única de “institucional”, na minha opinião, seria algo que reduziria em muito o potencial comunicativo que o mesmo possui. Por isso, além de institucional, não deixo de dar vazão à algo que considero ainda mais importante: sou um funcionário da Secretaria Municipal da EDUCAÇÃO. E o blog que eu faço, por falar de uma escola, por pertencer à uma instituição pública e gratuita, tem também a obrigação de ser um BLOG EDUCATIVO. Hoje, eu estou em vias de terminar o meu curso de Comunicação e “pegar”, finalmente, o meu diploma de “comunicólogo”. Atuei, entre 2000 e 2004 como regente de classe. Já fui professor também. Portanto, sou conhecedor dessa arte de ensinar e aprender. E corre em minhas veias a vontade de falar sobre EDUCAÇÃO.
Por isso, além de falar sobre as realizações da escola, peço licença à todos os leitores do Blog do CAIC, aos professores, alunos, gestores e funcionários, porque, a partir de agora, assinarei alguns textos que considero “educativos”, pertinentes à nossa realidade interna e externa e que aproximem os nossos estudantes dos valores importantes que desejamos que sejam desenvolvidos durante suas formações escolares. A partir de agora, o Blog do CAIC conta com a coluna “PALAVRA DE BLOGUEIRO”, que sempre trará um assunto importante, às vezes polêmico, mas necessários para que afirmemos o valor do debate, da visão crítica e da cidadania. E, nessa primeira edição, nada melhor para os nossos “leitores” do que estrear escrevendo sobre o DIA INTERNACIONAL DA MULHER. Com vocês, a coluna “PALAVRA DE BLOGUEIRO”, por Eric Souza.
“Os Amores da Minha Vida”
Em todos os anos, no dia 08 de março, comemora-se o Dia Internacional da Mulher. Talvez as pessoas nem prestem atenção, mas por que será que existe um dia do ano para homenageá-las? Existe a resposta fisiológica para essa pergunta. Essa resposta indica que, em 1857, na cidade de Nova York (EUA), mulheres morreram incendiadas, presas dentro da fábrica onde trabalhavam, incêndio esse causado em virtude de um movimento reivindicatório em que as mesmas exigiam melhores condições de trabalho. Falo em resposta fisiológica, mas não deseja-se, aqui, de forma alguma, desmerecer a importância desse acontecimento.
Grandes sábios já disseram que grandes conquistas vêm com grandes perdas. Mas a morte daquelas mulheres dentro de uma fábrica não foi o suficiente para que os homens percebessem que as mulheres são tão desejosas de espaços sociais quanto eles. E seria inevitável que os avanços sociais nesse sentido acontecessem porque elas, hoje, ontem, antigamente, elas sempre foram maioria. Pessoas sem as quais não sobreviveríamos.
Ainda que fosse possível retornar ao passado, para a época em que as mulheres eram submissas e relegadas a viverem sob à sombra dos homens, à sombra de regras impostas de moral e bons costumes, elas estavam lá, construindo conhecimento, mesmo “presas” ao casamento e aos alfazeres domésticos. Esse conhecimento foi suficiente para que a humanidade sobrevivesse às intempéries naturais e evoluísse. As mulheres cuidavam da saúde, ditavam tendências de moda, adocicavam e supriam as necessidades naturais de todos os seres humanos em alimentá-los, desde o início, quando da amamentação.
Também por conta desses conhecimentos, que se construía de forma completamente informal e passado de mães para as filhas, muitas dessas mulheres foram incendiadas, condenadas pela Igreja Católica, por serem consideradas “bruxas”. Era a época da Inquisição, entre 1450 e 1750. É bom lembrar que 80% das vítimas eram mulheres, mas alguns homens também foram condenados.
O fato é que até hoje as mulheres, assim como tantos outros seres humanos, sofrem bastante, até hoje. Às vezes, simplesmente por serem mulheres. Às vezes, por serem fortes. Às vezes, por serem melhores do que os homens. Melhores, mais serenas, mais inteligentes, mais capazes até.
Se alguém entrar numa escola como o Centro de Atenção Integral à Criança – Jorge Amado, vão perceber que o que se registra aqui é a mais pura verdade. A escola é gerida por um diretor: o professor Carlos Marques. Mas, o que seria desse diretor sem as mulheres do CAIC? Quantas elas são??? São TODAS!!! O CAIC Jorge Amado, sem elas, deixa de ser uma escola.
Quando este blogueiro anda pelos corredores da escola, muito tranquilamente, meio que num “tom de brincadeira”, trata as funcionárias, as professoras, as vice-diretoras, como “os amores da minha vida” ou mesmo se dirige à elas e as saúda com a frase “Olá, love of my life!”.
Talvez seja esta a maior homenagem possível que eu possa fazer. Falar de amor, sem que isso seja apenas uma brincadeira. Todas as mulheres deveriam ser muito amadas, profundamente, angustiadamente, idolatradamente; isso porque o homem é dependente da mulher, em todos os aspectos.
A regra que quebra isso é aquela em que alguns covardes usam da força bruta para humilhá-las, para desestruturarem suas famílias, para tentarem fazer com que elas sintam-se menores ou tranformar a vida delas em algo mais desesperador que a falta de capacidade deles de perceberem que menores são eles.
Por isso, mulheres do CAIC e de todos os outros lugares: o Dia Internacional da Mulher sempre será necessário para que lembremos que vocês são insubstituíveis em suas condições femininas de olharem o mundo e transformá-lo para melhor. Lembrar que existe o Dia Internacional da Mulher é lembrar que existe o dia de um tipo de ser humano que é sublime por natureza. Por isso, são vocês, sempre, “os amores da minha vida”.
Parabéns! Feliz Dia Internacional da Mulher!
Eric Thadeu Nascimento Souza.
Um comentário:
Querido Eric
você está de parabéns pela reflexão. É isso mesmo, são milênios de tortura, perseguição, assassinato, injustiças, silêncio. Certamente que estamos avançando e conquistando novos espaços. A mulher precisa querer um mundo melhor, e não disputar espaço neste mundo imundo forjado para ela e seus filhos pelos homens. Parabéns às colegas professoras e a todas as mulheres, que rompamos as correntes da servidão, da escravidão, a começar das que foram entranhadas e introjetadas em nós mesmas. Cada menininha na escola pública é uma mulher do povo no amanhã, podemos forjá-la cidadã ou serviçal, guerreira ou cinderela à espera de um príncipe encantado, o desenvolvimento de sua auto-estima também está comprometido na nossa práxis pedagógica. Que História estamos contando pra elas? Que preconceitos trazemos de casa e jogamos nelas? Pensemos e nos detenhamos tbm nestas questões. Obrigada pela oportunidade. beijos
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